Algumas aventuras escritas
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Uni versos (22/fev/2012)

As palavras insistem em querer explicar
o alvorecer que nos toca atrasado
O sol nos grita um silêncio radioso
como o barulho das crisálidas crescendo
Luz que desenha triangulares sombras
de antigos povos e seus secretos saberes

Nuvens choram gotas de gelos
que sufocam o ar e grisalham o dia
A terra disputa a chuva com raízes
e árvores se empurram por claridade
O arco-íris pende débil e cianótico
manando para azular peixes e sereias

O cansaço do vento carregado de plumas
traz acenos de folhas loucas para voar
raios raivosos que não esperam o trovão
nem água de chuvas em sopros nebulosos

Leito de vida das águas que correm
morre lento desembocado no mar
Mar circunspecto que recurva a onda
curva que o vento cismou de curvar

Curva que se curva ante a força lunar
Nas sombras das dúvidas sua força é fugaz
e a luz ensombrecida só quer iluminar
Nas sombras da vida, a luz morre no mar

E as palavras sopradas insistem
voam, ressoam, não ficam. Desistem
Traçadas, registram a busca de sentidos
que só existirão em Andrômeda.